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S > SARAMAGO, José

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Autor: Pedro Soares

José Saramago - (1922-2010)

Natural de Azinhaga do Ribatejo, José de Sousa Saramago estreia-se com o romance inicialmente intitulado A viúva, mas que, por conveniências editoriais, viria a sair com o nome de Terra do pecado, em 1947; a obra que não atingiu tão grande notoriedade, dado possivelmente ao seu estilo ainda incipiente.

Logo em seguida, se for desconsiderado o projeto de romance Claraboia, que só ganhou existência pública como obra post mortem, observa-se um atípico lapso temporal que dura trinta anos, em que José Saramago trabalha em editoras, escreve para jornais, faz traduções, compõe poesia, mas, principalmente, matura no silêncio o seu estilo. Finalmente, em 1977, Saramago volta a publicar um romance: Manual de pintura e caligrafia.

Em 1976, um período de estudo, observação e registo de informações em Lavre, no Alentejo, resulta no romance Levantado do chão, em que Saramago inaugura o seu estilo como ficcionista. Da escrita à publicação, em 1980, o escritor produz também a coletânea de contos Objecto quase, em 1978, e a peça de teatro A noite, em 1979.

Na década de 80, além das peças teatrais Que farei com este livro?, 1980, e A segunda vida de Francisco de Assis, 1987, observa-se um período de dedicação profunda ao romance: Memorial do Convento, 1982, O ano da morte de Ricardo Reis, 1984, A jangada de pedra, 1986, História do cerco de Lisboa, 1989.

Em 1991, o romancista publica o polémico romance O evangelho segundo Jesus Cristo, que, por ter sido considerado ofensivo pelos católicos, chega a ser alvo de censura pelo governo português que veta a sua apresentação a um prémio literário europeu. Por esta razão, em 1993, Saramago muda-se para a ilha de Lanzarote, no arquipélago de Canárias.

Neste ano, publica a peça In nomine Dei, ainda escrita em Lisboa, de que seria extraído o libreto da ópera Divara, com música do compositor italiano Azio Corghi, estreada em Münster (Alemanha), em 1993. Tal colaboração estende-se à música da ópera Blimunda, sobre o romance Memorial do Convento, estreada em Milão (Itália), em 1990. Ainda neste período, Saramago inicia a escrita de diários reunidos nos Cadernos de Lanzarote.

Em 1995, publica o romance Ensaio sobre a cegueira e, em 1997, Todos os nomes e O conto da ilha Desconhecida. Em 1995, recebe o Prémio Camões e em 1998 o Prémio Nobel de Literatura. Como consequência, foi convidado como conferencista nos cinco continentes, recebendo graus académicos honoris causa, participando em reuniões e congressos, tanto de carácter literário como social e político. Dedicou-se, ainda, a criar a Fundação José Saramago.

Além disso, Saramago continuou na sua atividade de ficcionista e dramaturgo, tendo publicado A caverna (2000), A maior flor do mundo (2001), O homem duplicado (2002), Ensaio sobre a lucidez (2004), Don Giovanni ou o dissoluto absolvido (2005), As intermitências da morte (2005), As pequenas memórias (2006), A viagem do elefante (2008), Caim (2009).

Postumamente, foram publicados Claraboia (concluído em 1953 e publicado em 2011), Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas (2014), romance incompleto que José Saramago estava a escrever em 2010, e Último caderno de Lanzarote (2008), apresentado por ocasião de Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel”.

 

Personagens no Dicionário:

Baltasar Sete-Sóis (Memorial do Convento)

Blimunda Sete-Luas (Memorial do Convento)

Cão das Lágrimas (Ensaio sobre a cegueira e Ensaio sobra a lucidez)

Jesus (O evangelho segundo Jesus Cristo)

Lídia (O ano da morte de Ricardo Reis)

Marcenda (O ano da morte de Ricardo Reis)

Maria de Magdala (O evangelho segundo Jesus Cristo)

Maria Sara (História do Cerco de Lisboa)

Morte (As intermitências da Morte)

Mulher do Médico (Ensaio sobre a cegueira e Ensaio sobra a lucidez)

Raimundo Silva (História do Cerco de Lisboa)

Ricardo Reis (O ano da morte de Ricardo Reis)

Sr. José (Todos os nomes)

Subhro / Fritz (A viagem do elefante)

Tertuliano Máximo Afonso (O homem duplicado)

 

 

Renan Marques Liparotti