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C > CLÁUDIO, Mário

Mário Cláudio - (1941 - ...)

marioclaudio

 

Nascido no Porto a 6 de novembro de 1941, Mário Cláudio (pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa) licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo depois concluído o curso de bibliotecário-arquivista e o mestrado em Biblioteconomia e Ciências Documentais (este último em Londres, no University College).

Além de poesia (Ciclo de Cypris, 1969; Sete Solstícios, 1972; Étimos e Alexandrinos, 1973; A Voz e as Vozes, 1977; Estâncias, 1980; Terra Sigillata, 1982; Dois Equinócios, 1996; Nas Nossas Ruas, ao Anoitecer, 2002; Os Sonetos Italianos de Tiago Veiga, 2005), teatro (Noites de Anto, 1988; A Ilha de Oriente, 1989; Henriqueta Emília da Conceição, 1997; O Estranho Caso do Trapezista Azul, 1998) e ensaio, Mário Cláudio é autor de uma vasta obra no campo da ficção narrativa. Foi distinguido com importantes prémios (entre outros, o Prémio Pessoa, em 2004) e agraciado com o grau de comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada (2009) e com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2019).

No seu conjunto, a obra de Mário Cláudio apresenta considerável diversidade, derivando, em meados dos anos 80, de uma iniciação literária predominantemente lírica para uma escrita narrativa em muitos aspetos inovadora. Nela convivem a biografia ficcionada, a inscrição metaficcional da escrita, a tematização da criação artística, a ilustração de cenários históricos e culturais, o reaproveitamento literário de casos policiais, etc. Para isto contribui a vocação ensaística e de pesquisador, a par do fascínio por personalidades artísticas e literárias em quem, conjugando biografia e ficção, o escritor surpreende a dimensão de personagens romanescas (p. ex., Amadeo de Souza Cardoso, Guilhermina Suggia, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Bernardo Soares e sobretudo António Nobre). A chamada Trilogia da Mão (Amadeo, 1984; Guilhermina, 1986; Rosa, 1988) revelou muitas das tendências apontadas; antes daquela série, Mário Cláudio publicara as narrativas Um Verão Assim (1974), As Máscaras de Sábado (1976) e Damascena (1983). Depois da Trilogia da Mão, merecem destaque: A Quinta das Virtudes (1990), que atesta o fascínio pelos modos de vida românticos e nortenhos; Tocata para Dois Clarins (1992), cuja ação decorre dos anos 30 do século XX em diante; As Batalhas do Caia (1995), protagonizado pelo Eça que trabalha no romance A Batalha do Caia; Peregrinação de Barnabé das Índias (1998), relato cuja relação com a História não cede ao apelo do fantástico de desenho labiríntico que encontramos em Oríon (2003), ilustração da densidade estilística que caracteriza a escrita narrativa de Mário Cláudio.

Dentre os títulos publicados já no século XXI merecem destaque Gémeos (2004), Camilo Broca (2006), Boa Noite, Senhor Soares (2008), Tiago Veiga. Uma Biografia (2011), Retrato de Rapaz (2014), O Fotógrafo e a Rapariga (2015), Os Naufrágios de Camões (2016), A Alma Vagueante (2017; crónicas) e Memórias Secretas (2018). Em 2015, apareceu a biografia romanesca de Mário Cláudio, Astronomia.

 

Personagens no Dicionário:

Amadeo (Trilogia da mão)

Senhor Soares (Boa noite, Senhor Soares)

Tiago Veiga (Tiago Veiga. Uma Biografia)