João de Melo nasceu em 1949, em São Miguel, Açores, na freguesia da Achadinha, município do Nordeste, onde atualmente existe um polo cultural com o seu nome, a Casa João de Melo.
Pertencendo à geração de escritores que viveram a guerra colonial, Melo inscreveu esse tema em A Memória de Ver Matar e Morrer (1977) e em Autópsia de um Mar de Ruínas (1984); na mesma linha temática, organizou uma importante antologia Os Anos da Guerra - Os Portugueses em África (1988, 2 vols.). Ao longo da sua vida literária e das cerca de três dezenas de títulos que a compõem, João de Melo cultivou sobretudo a ficção narrativa, em especial o romance e o conto (a este género consagrou uma Antologia Panorâmica do Conto Açoriano, 1978), mas também a poesia, o ensaio, a crónica e a literatura de viagens (Açores, o Segredo das Ilhas, 2000; edição revista, 2016).
A memória dos Açores atravessa vários dos livros de João de Melo, com destaque para temas que ela favorece (família, infância, insularidade, viagem, emigração, etc.); alguns deles estão plasmados no seu romance mais aplaudido, Gente Feliz com Lágrimas (1988), galardoado com vários prémios: Grande Prémio do Romance e Novela da A.P.E., Prémio Eça de Queirós da Cidade de Lisboa, Prémio Cristóbal Colón das Cidades Capitais Ibero-Americanas, Prémio Fernando Namora e Prémio Livro do Ano - Antena 1.
Outros títulos da produção literária do autor: O Meu Mundo Não é Deste Reino (1983; ed. reescrita: 2015), Autópsia de um Mar de Ruínas (1984), Navegação da Terra (1980, poesia), Há ou Não Uma Literatura Açoriana? (1982, ensaio), Dicionário de Paixões (1994, crónicas).
Em 2016, João de Melo recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pelo conjunto da sua obra.
Personagem no Dicionário:
Nuno Miguel (Gente Feliz com Lágrimas)