Ana Margarida Taborda Duarte Martins de Carvalho nasceu em Lisboa em 1969. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa; depois disso, consagrou-se ao jornalismo, escreveu guiões de cinema e fez crítica cinematográfica no site Final Cut e na revista Visão. Como jornalista foi distinguida com importantes prémios, designadamente e entre outros, o Prémio Orlando Gonçalves (Câmara Municipal da Amadora; 1998), o Prémio Maria Lamas (Comissão da Igualdade e Direitos da Mulher; 2000) e o Prémio de Reportagem Norberto Lopes (Casa da Imprensa; 2001).
A estreia de Ana Margarida de Carvalho como romancista aconteceu com o livro Que Importa a Fúria do Mar (2013), logo galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB. Seguiu-se-lhe Não se Pode Morar nos Olhos de Um Gato (2016) que recebeu o mesmo prémio. O seu terceiro romance, O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça, apareceu em 2019, tendo sido semifinalista do Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa. A escritora dedica-se também à escrita do conto, sendo autora da coletânea Pequenos Delírios Domésticos (2017; Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco APE/CM de Vila Nova de Famalicão).
Os temas dominantes da obra ficcional de Ana Margarida de Carvalho articulam-se com a história, designadamente com o tempo do salazarismo e da repressão que o caracterizou, com o final do século XIX, com a representação da condição humana em vivência de sofrimento, com a vingança, com a crueldade da guerra e com a luta pela sobrevivência, em contextos de violência e de conflitualidade. Em 2023 foi publicado o livro Viver Só. Portugueses esmagadoramente sós (Fundação Francisco Manuel dos Santos), uma reflexão sobre a solidão, apoiada em relatos de isolamento e de abandono.
[Publicado a 11-06-2025]
Personagens no Dicionário:
Capataz (Não se pode morar nos olhos de um gato)
