Autora: Marta Teixeira Anacleto
Artigo publicado: Revista de Estudos Literários, n.º 4, Coimbra, Centro de Literatura Portuguesa: pp. 259-274.
Resumo: O intuito de refletir sobre o modo de existência ontológico da personagem no romance «barroco», não é tanto, neste artigo, o de descrever a metodologia discursiva utilizada pelos romancistas desse período para introduzir figuras de ficção em universos alegóricos, mas o de colocar um conjunto de questões sobre a existência ou inexistência da «personagem», o lugar da sua autonomia estética, num universo que ainda não se vê forçado a legitimar (ou a retratar) o indivíduo/individual. Partindo da refl exão teórica que tem sido desenvolvida no âmbito do projeto “Figuras da Ficção”, e tendo como horizonte textual os «livros de pastores» dos séculos XVI e XVII, pretender-se-á avaliar como, antes de Garrett, a personagem se pode apresentar sob a forma de modelo ético e social (pastores, cavaleiros, ninfas, sátiros), assente no confronto entre a Utopia, a História e a Ficção. Admite-se, assim, a possibilidade de encarar as personagens pastoris como «figuras sem rosto» que, contudo, parecem ser já personagens. [...]
Palavras-chave: ficção alegórica, personagens pastoris, texto bucólico, ethos pastoril.
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