Artigo publicado In: Reis, Carlos (Coord.), Revista de Estudos Literários, n.º 4, Coimbra, Centro de Literatura Portuguesa, 2014, pp. 69-96.
Resumo: Afinal, por que razão queremos ou sentimos necessidade de analisar personagens? Por que é que não confiamos a compreensão das personagens às nossas intuições e sentimentos individuais? Ou dito de outra forma: quais são as aplicações possíveis de teorias sistemáticas, de métodos, de modelos e de categorias para a análise de personagens? No meu texto proponho que existem pelo menos três áreas práticas em que as teorias da personagem se prestam a diferentes usos: (1) criação; (2) interpretação e (3) crítica cultural de personagens. Nestes contextos, e citando uma frase célebre de Béla Balázs, nada é mais prático do que uma boa teoria. Porém, o que torna uma teoria boa ou útil é o uso que dela é feito. Para ilustrar este tipo de questões, apresentarei brevemente o meu próprio modelo de análise de personagens, indicando alguns dos seus usos possíveis, primeiramente esboçados, a título de exemplo, em personagens fílmicas. Às vezes, a distinção teórica das personagens em quatro categorias gerais - seres ficcionais, artefactos, símbolos e sintomas - pode revelar-se útil nestas três áreas, ainda que de formas diferentes.
Palavras-chave: análise de personagens ficcionais, narrativa fílmica, modelos mentais, análise sociocultural.
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