Autor: Carlos Reis
Artigo publicado In J. Santa-Bárbara, Vontades. Uma leitura de Memorial do Convento, Lisboa, Caminho, 2013.
Excerto da sinopse: (…) "Mais do que pessoas difusas, Baltasar e Blimunda são agora figuras com a conformação e com a sobrevida que a pintura de Santa-Bárbara lhes incutiu. Figuras que estão já para além do romance e que acabarão por condicionar as leituras que faremos dele e da História nele representada: o que é reiterado pela capa da edição de 2002, é que dessa História fica a imagem das mãos do monarca enclavinhadas como garras sobre o convento que não ele, mas sim os “fazedores do capricho” construíram. Nunca conheceríamos a dimensão do seu trabalho e esforço coletivos, se um romancista os não tivesse resgatado do esquecimento de uma História parcial; nesse resgate ocupa lugar decisivo o movimento ascensional de uma passarola que, alegorizando o sonho e a invenção que ele inspira, permite ver o que a História ignorou (…). Foram estas vontades que José Santa-Bárbara pintou. Assim, e porque a pintura interpelou o romance, podemos agora ver os homens que a ficção, à sua maneira, representara."
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