Autor: Carlos Reis
Capítulo de livro publicado In: C. Reis (coord.), Figuras da Ficção, Coimbra, CLP, 2006: 9-23.
Excerto do capítulo: (…) "Justamente é tempo de indagar a situação, num tal contexto, dos estudos da personagem, categoria narrativa que agora retomo. Faço-o recordando, antes de mais, que a fundação dos modernos estudos narrativos, nos anos 60 a que já várias vezes me referi, ocorreu em grande parte com prejuízo da personagem. Convém, evidentemente, ter em conta que um tal prejuízo não era inocente: à sua maneira, o sacrifício da personagem respondia aos excessos biografistas e mesmo psicologistas que, numa perspetiva conteudista, entendiam a personagem como extensão do autor, evidência da sua «intenção» ou linear representação de figuras reais. Em vez disso, desde o formalismo russo e desde a consolidação da análise morfológica das narrativas folclóricas, tal como eram entendidas por Propp (1970), as personagens haviam sido reduzidas à dimensão funcionalista e imanentista de «seres de papel»". (...)
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